Fragmentos de textos críticos / Pieces of Criticism


.

"... Creio na existência do que poderíamos chamar de" gravador essencial ", isto é, aquele artista que consegue se expressar com plenitude nessa área a ponto de prescindir de qualquer outra. Talvez Luiz Henrique seja um deles. Embora não conheça em detalhes a atual produção gráfica de Minas, posso assegurar que, dos exemplos que chegam ao meu conhecimento, Luiz Henrique é dos mais brilhantes. E a lito que, na abstração, já deu aí casos definitivos, como o de Lótus Lobo, passa a contar com um figurativo de escol...".Olívio Tavares de Araújo, São Paulo, 1983.

“... The amazing non-sense of his productions seems natural because of his youth's feeling of a violent world with imposing berries to the bird men he invents and to the humiliated little ones he observes.
No social message but a sense of ugliness within life. Should we ask him whether he was in the Pollock's path, he answered: No. Then… perhaps the message of Goya's Disaster of War and the tragedy of daily life in current bodies have impressed him too much. As a rare flower it springs the whimsical, rather than comical element (no even humor is admitted by the artist in his lithographic work)…”
Lope Alberdi, Barcelona, 1985

“Não sei em qual dos gêneros Luiz Henrique Vieira melhor se realiza: se na gravura ou na pintura. E precisaria? É certo que se distinguem, às vezes, até de maneira diametral, na linguagem, nos objetivos, e, obviamente, nas técnicas; mas é certo que se complementam e mantêm completa fidelidade estilística à personalidade do artista.
A gravura apresenta um cunho mais universal. Através de desconcertante atavismo, vincula-se aos fantásticos sempre atemporais, de Bosch a Grassmann, passando por Goya, Ensor, Carrá e Kubin, sem nos esquecermos dos germânicos selvagens da atualidade. Afinal, não formariam todos uma só família no setor imaginífico da arte? Essas figuras deformadas, patéticas, parahumanas, muitas vezes até mesmo diabólicas, falam do artista e de sua perplexidade perante o mundo, falam dos fantasmas internos que vêm questionar a realidade e, pricipalmente, falam da condição humana sempre em choque com o tempo e sua dimensão...”
Pierre Santos, Belo Horizonte, 1996.

"... Luiz Henrique Vieira, cuja criação é uma característica natural, foi escolhido por unanimidade, dos sete jurados, e o aplauso dos organizadores e dos patrocinadores". Um trabalho de dimensão estética corajosa e pleno de singularidade nas situações. A relação entre objeto e símbolo é perfeita, conquanto liberta do objetivismo formal. Na sua constante linguagem, do mais alto conceito modernista, Luiz Henrique Vieira propôs diferentes níveis de leitura para o seu trabalho conceitual, na imagem visual do símbolo - uma forma de produzir imagens reais. A pintura, de um imenso poder plástico, diz da consciência e maturidade de um jovem artista, e se completa nas conotações exatas dos objetos escolhidos para compor a instalação..."".
Maristela Tristão, Jornal Estado de Minas, 13 de abril de 1988.

“...Luiz Henrique cria personagens de um fabulário fantástico, disformes criaturas em um palco mágico, desvendando de seu interior os vícios que a convivência diária em sociedade não nos deixa perceber. O clima sombrio, de um humor negro e opressor, fustiga impiedosamente o falso e o simulacro que coexistem no homem e no seu meio social...”
Maria do Carmo Arantes, Jornal El Retablo, 1984.


“Luiz Henrique Vieira, muito provavelmente, deve ser o provocador numero 1 entre os artistas plásticos de Belo Horizonte (a rigor, na disputa deste título ele só tem um parceiro: Lincoln Volpini). Explique-se: munido de bom humor maroto e um estilo personalíssimo para dar forma a seus projetos, ele faz de cada mostra um acontecimento...”
Walter Sebastião, Jornal O Estado de Minas, 1990.


“...Luiz Henrique Vieira é mágico sem cartola. Tem o dom de humanizar o objeto, toná-lo sujeito de múltiplas ações pictóricas. Há certas referências ao brilho lúdico das histórias em quadrinhos. Um encanto - algo surreal toma conta...”
Alécio Cunha, folder da exposição ‘gabinete de arte’, 1999.


“... Em cada uma de suas imagens reconhecemos nossa origem, na amplitude dos espaços em que se inserem suas paisagens iluminadas a meia-luz, identificamos o nosso mundo. Nos corpos que flutuam ou pairam no nada, nos descobrimos. No 'non sense' das verdades retratadas nossos mistérios. Na beleza estética da sua obra a certeza e a esperança de um mundo melhor.”
Sandra Bianchi, 2006.

"... Nome de destaque em cartaz, e há quase três décadas em atividade, o belo horizontino Luiz Henrique Vieira é um" camaleão "que trafega por várias linguagens. Ele ganha merecida individual que, além de fazer uma revisão de sua carreira, procura sintetizar suas experiências e influências. Familiarizado com a arte de retratar a figura humana, Vieira agora investe numa investigação sobre a sua própria imagem, em série de auto-retratos em que homenageia, com doses máximas de bom humor, o estilo dos grandes mestres...".
Morgan da Motta, Jornal Hoje em dia, 17 de novembro de 2003.

"... São caprichadíssimas gravuras digitais, produto de um artista mineiro que, até pagando o preço da injusta marginalidade por ficar alheio aos modismos, vem há décadas, construindo uma pesquisa plástica cuja coerência e questões que coloca merecem atenção". Como, de outras vezes, o artista volta a fustigar a questão do corpo. Mas de um ponto de vista estranho: o que não é o corpo - ele tem, por exemplo, uma pintura que retrata apenas a roupa de Elvis Presley (trabalho de 1991)..."".
Walter Sebastião, Jornal Estado de Minas, 30 de outubro de 2003.

"... Na linha dos artistas consagrados pela qualidade do desenho e da pintura, Celma Albuquerque apresenta na sua galeria, Luiz Henrique Vieira, pintor desenhista e artista definitivo aos 42 anos de idade. Desse período, mais da metade foi dedicada ao estudo do desenho e da pintura. Junto ao talento de que é portador, há o somatório destes três elementos, resultando em obras que podem ser vistas naquela casa...".
Carlos Perktold, Jornal Hoje em dia, 12 de maio de 2002.

“... Da Pop Arte à Sensation, o discurso dominador da indústria cultural não cessa de ser visivelmente questionado pelas artes plásticas, embora não exista a ilusão de que se possa da cultura do entretenimento. Ao contrário do Nihilismo e assepsia como valores difundidos por inúmeros artistas contemporâneos, existe uma atitude assumidamente política na obra de Vieira, aos moldes de seus inspiradores anglo-americanos Andy Wahrol e Roy Lichtenstein. No Pop, a ética se funde à estética, sendo esta última entendida como extensão da primeira. A idéia em questão é se apropriar do discurso da mídia para abalar a própria mídia...”. Laís Myrrha e Bruno Loureiro, Jornal O Tempo, 31 de maio de 2002.
.
"...é difícil amarrar a evolução do trabalho do luiz, como quem quisesse empacotá-la para venda. isso se deve, acho, ao fato de que, sendo uma produção exuberante ela evolui rápido, em direções sempre improváveis, resistente a uma teoria que se acredite pronta. então, vou falando junto". Otávio Silviano Brandão, 2007.

Nenhum comentário: